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O Tempo e o Modo
A I série de O Tempo e o Modo iniciou-se em Janeiro de 1963 e terminou em Maio de 1970, ao fim de 72 números e três Cadernos temáticos. António Alçada Baptista foi o seu director até Janeiro de 1970; João Bénard da Costa foi o chefe de redacção, e dirigiu o último número. Pedro Tamen foi o editor literário da série.
A estrutura interna da revista, mais ou menos constante, pode ser traçada em poucas palavras: o Noticiário Político e as Artes e Letras que compreendiam comentário e crítica política e artística (literatura, teatro, cinema, dança, música) actualizadas; as crónicas, de variados temas, que complementavam em reflexão o noticiário; os artigos de fundo que iniciavam cada número e eram em geral apoiados pela secção da antologia, sobretudo nos números temáticos.
A colaboração principal e eventual da revista contou com nomes tão importantes como Jorge de Sena, Eduardo Lourenço, Vasco Pulido Valente, Jorge Sampaio, Manuel de Lucena, Mário Soares, M. S. Lourenço, Bento do Carmo, João César Monteiro, Luís Miguel Cintra, António Pedro Vasconcelos, Mário Murteira, Francisco Sarsfield Cabral, Adérito Nunes, Sottomayor Cardia, Salgado Zenha, Salgado Matos, José-Augusto França, Mário Dionísio, André Gorz, Georges Burdeau, Jean-Paul Sartre, Edgar Morin, D. Helder da Câmara, Mamadou Dia.
A segunda série de O Tempo e o Modo teve início em Novembro de 1969 e terminou em Setembro de 1977. Nos dois primeiros anos, a revista foi dirigida por João Bénard da Costa, a quem se seguiu, de 1972 a 1974, Luís Matoso. Salvo raras excepções os artigos não eram assinados, assumindo-se o princípio da responsabilidade editorial colectiva. A partir de uma mesa redonda de balanço da revista, no n.º 78, identificam-se como redactores principais no início da série: Amadeu Lopes Sabino, Jorge de Almeida Fernandes, João Ferreira de Almeida, João Martins Pereira, Nuno Júdice e Luís Lobo. Em carta de leitor, no n.º 76, são ainda referenciados como redactores, Luís Filipe Sabino, Armando de Abreu, Arnaldo Matos, Fernando Pernes, José António Meireles, Luís Miguel Cintra e João César Monteiro.
A Nova Série foi apresentada como um projecto pensado e discutido a partir de um grupo de redactores da primeira série da revista, a que se juntaram novos colaboradores. Razões de vária ordem foram apontadas para a demarcação com o passado da revista, admitindo-se que dele só restava o nome, e assim, foi a ideia de ruptura que marcou os primeiros editoriais dirigidos aos leitores. Pretendia-se, não a segunda série de O Tempo e o Modo, mas uma nova série, leia-se uma nova revista.
No n.º 74, fundamentou-se a mudança por duas vias, a primeira, por comparação com o passado, e a segunda, pela necessidade política de novos métodos e objectivos para a revista. O argumento político foi assumido num sentido de totalidade, tudo é político desde a economia à cultura, revelando o propósito de um combate, em que se distinguia o regime (ditatorial) do sistema (capitalista), entendendo-se o primeiro como um dano colateral do segundo, e assumindo-se como prioridade política a sua denúncia através de exemplos e soluções alternativas.