Pesquisa Avançada
Voltar aos arquivos



Info

António Arnao Metello
A documentação sobre Timor inclui dois conjuntos documentais das décadas de 1910 a 1930 produzidos originalmente por António Jerónimo Metello (pai de António Arnao Metello) e Armando Pinto Correia (amigo de família), militares que prestaram serviço nesse território (o primeiro entre 1919 e 1921 e o segundo entre 1928 e 1934), bem como documentos reunidos pelo próprio António Arnão Metello aquando da sua estadia em Timor (1973-1974).
A presença desta documentação, quase exclusivamente produzida e/ou respeitante ao período em que estes militares serviram em Timor, deve-se a António Arnão Metello, que a terá reunido e preservado junto dos seus próprios papéis, pelo que, do ponto de vista arquivístico, optou-se pela sua inclusão neste conjunto temático.
Outro núcleo diz respeito a documentação relativa aos diferentes cargos assumidos por António Arnao Metello em Portugal, entre finais de 1974 e 1976. É de notar a presença residual de alguns documentos, maioritariamente de interesse biográfico e pessoal, que transcendem o âmbito anteriormente referido, relativos à sua formação escolar e militar anterior, bem como à sua atividade posterior como engenheiro civil.
Em termos tipológicos, o fundo é constituído por manuscritos/notas, despachos/correspondência, imprensa/recortes, relatórios diversos e fotografias, encontrando-se apenas um objeto (estandarte do Comando Territorial Independente de Timor).

Nota biográfica/Institucional
Militar e engenheiro civil.
António Arnao Metello nasceu em Vila Paiva de Andrade, Angola, a 2 de junho de 1938. Foi um militar e engenheiro civil que assumiu diversos cargos governamentais durante o período dos governos provisórios, de que se destacam o de Ministro da Administração Interna no IV Governo Provisório e Vice-Primeiro-Ministro no V Governo Provisório.
Oriundo de uma família com tradições militares, frequentou o o Colégio Militar entre 1948 e 1956, ano em que ingressou na Academia Militar, onde frequentou e concluiu o curso de Engenharia Militar. Colocado em Moçambique, é graduado em Major em 1970 e em julho de 1973 chega a Timor, onde assume os cargos de Chefe do Estado-Maior no Comando Territorial Independente de Timor e Presidente do Conselho Provincial de Educação Física, que acumula, já no pós-25 de Abril, com os de Presidente da Comissão para a Autodeterminação de Timor e delegado do Movimento das Forças Armadas (MFA) no território.
Em setembro de 1974 deixou Timor rumo a Portugal, ficando colocado no Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA), e integrou a comitiva portuguesa em algumas negociações com vista ao processo de descolonização, designadamente com a Indonésia (Lisboa, outubro de 1974) e com os movimentos de libertação de Angola (Alvor, janeiro de 1975). Paralelamente, e a partir de outubro de 1974, assume funções no Gabinete Coordenador para a Cooperação/Comissão Nacional de Descolonização criadas no âmbito da Presidência da República.
Considerado próximo da ala radical do MFA, integrou, a partir de 26 de março de 1975, o IV Governo Provisório, no cargo de Ministro da Administração Interna, e o V Governo Provisório, no cargo de Vice-Primeiro-Ministro, ambos liderados por Vasco Gonçalves, saindo do Governo a 19 de setembro de 1975, em pleno Verão Quente.
Já graduado em Tenente-Coronel, foi preso no dia 28 de novembro de 1975, juntamente com dezenas de militares (e alguns civis) na sequência dos acontecimentos do 25 de Novembro, e enviado para Custóias. Solto a 10 de fevereiro de 1976, afastou-se da vida pública e da carreira militar.
Na década de 1980 fixou-se em Macau, onde exerceu engenharia civil e, a partir da década seguinte, desempenhou as funções de chefe do Departamento de Estruturas no Laboratório de Engenharia Civil de Macau.
Morreu em Macau, a 29 de julho de 2008.

Dimensão
10 unidades de instalação

Estado de Tratamento
Integralmente tratado