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António Rita-Ferreira
O arquivo de Rita-Ferreira foi organizado em cinco grandes grupos: atividade científica - onde se inclui toda a documentação relacionada com os múltiplos interesses e atividades de Rita-Ferreira no âmbito das ciências humanas no que a África diz respeito (e, em particular, Moçambique); atividade profissional - onde se inclui documentação de Rita-Ferreira relativa à sua carreira na administração pública colonial, bem como a sua passagem, no pós-independência, pela Universidade Eduardo Mondlane e como diretor do Centro de Informação e Turismo; correspondência; imprensa e recortes (diversos); e pessoal.
No decurso do processo de classificação documental, foi possível distinguir um pequeno conjunto de documentos pertencentes a João Luís Ribeiro Torres, professor na Universidade de Natal, sul-africano de origem portuguesa, amigo e colaborador de António Rita-Ferreira. Ribeiro Torres terá vivido em Portugal durante um curto período no início da década de 1980, após o que voltou à África do Sul, deixando para trás os referidos documentos.

Nota biográfica/Institucional
Etno-historiador.
António Rita-Ferreira nasceu em Mata de Lobos, a 14 de novembro de 1922.
Foi um funcionário colonial e etno-historiador português, que viveu e dedicou grande parte da sua vida a Moçambique. Nascido no seio de famílias portuguesas radicadas na então colónia portuguesa desde o princípio do século XX, António Rita-Ferreira foi para Moçambique em 1924, aí completando o ensino secundário, cursando depois Estudos Bantos na Universidade de Pretória (África do Sul). Ingressou nos Serviços da Administração Civil em 1942, atingindo a categoria de Administrador de Circunscrição em 1959. Em 1963 transitou, como primeiro assistente, para o Instituto do Trabalho, Previdência e Acção Social. Em 1971, aceitou o cargo de chefe de serviços no Centro de Informação e Turismo, onde ascenderia a técnico-diretor e, depois da independência de Moçambique, a diretor. Simultaneamente, por solicitação do reitor Fernando dos Reis Ganhão, lecionou na Universidade Eduardo Mondlane a disciplina de História de Moçambique Pré-Colonial (1975-1977), após o que se fixa definitivamente em Portugal, passando à situação de reforma do funcionalismo público. Livre dos seus afazeres laborais, pôde então dirigir as suas energias a tempo inteiro ao estudo de Moçambique.
À margem das suas ocupações profissionais, dedicou-se à investigação nos domínios da História, Antropologia e Sociologia, tendo publicado volumosa obra, quer em formato livro, quer em artigos de publicações da especialidade e da imprensa generalista, desde os anos 1950 até praticamente ao seu desaparecimento. Participou igualmente em inúmeros seminários, congressos e palestras, em Portugal e no estrangeiro, e manteve correspondência com importantes estudiosos mundiais sobre as suas temáticas de eleição. Foi galardoado pelos seus estudos, em três ocasiões, pela Academia de Ciências de Lisboa.
Destacou-se, igualmente, pela sua participação, entre 1983 e 1988, no projeto de microfilmagem de documentação sobre Moçambique existente nos arquivos portugueses, organizado pelo Arquivo Histórico de Moçambique, e que tornaria acessível ao povo moçambicano uma inestimável parte da sua história. O seu último trabalho, publicado em edição de autor em 2012, intitula-se "Coletânea de documentos, notas soltas e ensaios inéditos para a História de Moçambique".
Morreu em Cascais, a 20 de abril de 2014.

Dimensão
32 unidades de instalação

Estado de Tratamento
Parcialmente tratado