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Alfredo Ribeiro dos Santos
O arquivo de Alfredo Ribeiro dos Santos é constituído por panfletos, manifestos, recortes de imprensa, diversos títulos de jornais, e alguma correspondência, entre outros documentos, na maior parte relacionados com os vários movimentos e manifestações da oposição ao Estado Novo, de carácter clandestino ou legal e semilegal, desde a década de 1930 à de 1970.
Da documentação deste acervo já disponibilizada à consulta, destaca-se a produzida pelo Movimento de Unidade Democrática (MUD) deste a sua constituição, em 1945, até à ilegalização do mesmo, em 1948.
De salientar também um extenso conjunto de documentos relativos a várias campanhas eleitorais em Portugal, no período do Estado Novo, e diversa documentação relativa ao general Humberto Delgado, ilustrativa da sua atividade oposicionista ao regime, do seu exílio, nomeadamente no Brasil, após a derrota nas eleições de 1958, bem como alusiva ao seu assassinato, em 1965.
Alfredo Ribeiro dos Santos reuniu ainda uma assinalável coleção de imprensa. Desta salienta-se um conjunto de diversos números do jornal Portugal Democrático, entre 1964 e 1973, além de 71 volumes encadernados contendo vários títulos publicados entre 1945 a 1981, que ilustram temáticas como a atividade do MUD, as campanhas eleitorais para a presidenciais de 1949 e 1958, e para a Assembleia Nacional de 1945, 1953, 1957, 1961, 1969 e 1973, o assalto ao Santa Maria e, finalmente, o período revolucionário do pós-25 de Abril de 1974.

Instituição
Fundação Mário Soares

Nota biográfica/Institucional
Médico e ensaísta.
Alfredo Ribeiro dos Santos nasceu no Porto, em 1917.
Fez os seus estudos secundários no Liceu Rodrigues de Freitas, onde se tornou discípulo de Leonardo Coimbra. Cursou Medicina, formando-se em 1943. Conviveu, desde muito novo, com inteletuais e artistas, como Sant'Anna Dionísio, José Marinho, Agostinho da Silva, entre outros, tendo como mestres e referências Leonardo Coimbra, Abel Salazar, Jaime Cortesão e Teixeira de Pascoais.
Frequentador de tertúlias literário-políticas, colega, amigo e camarada do médico Veiga Pires, com o qual estagiou no Hospital de Santo António, foi através dele introduzido no Movimento de Unidade Anti-Fascista e no Movimento de Unidade Democrática, participando, desde então, em todos os grandes momentos da oposição democrática.
Colaborou ativamente nas campanhas de candidatura à presidência da República do general Norton de Matos e do general Humberto Delgado, e em sucessivas manifestações de protesto, como no funeral de Abel Salazar, onde foram presos os médicos Eduardo Santos Silva e Ruy Luís Gomes. Subscreveu reclamações e abaixo-assinados contra a Ditadura, e contra a falsa liberdade nas várias eleições que se realizaram entre 1945 e o 25 de Abril de 1974.
Além de médico, Alfredo Ribeiro dos Santos organizou diversas iniciativas culturais, exposições e tertúlias, participou em conferências e publicou vários livros, de interesse histórico e político. Entre os estudos que editou destacam-se: "Perfil de Jaime Cortesão", "Professor Alberto Saavedra - um notável médico do Porto", "O professor Afonso Guimarães - um cientista de vanguarda", "A Renascença Portuguesa - um movimento cultural portuense", "Jaime Cortesão - um dos grandes de Portugal", "Perfil de Leonardo Coimbra" e "Para um novo perfil de Abel Salazar".
Colaborou na revista Portucale, e recriou a revista de cultura Nova Renascença com José Augusto Seabra.
Morreu em 2012, no Porto.

Dimensão
76 unidades de instalação

Estado de Tratamento
Parcialmente tratado