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Diário de Lisboa/Ruella Ramos
Coleção quase integral do Diário de Lisboa, um dos jornais de referência do Século XX português.
Diário vespertino, publicado entre 7 de abril de 1921 e 30 de novembro de 1990, tendo como primeiro diretor Joaquim Manso, e fixando a redação na Rua Luz Soriano. Afirma-se, no seu primeiro número como “um jornal moderado”, mas que em algumas vezes “terá de ser violento, duro mesmo” (Diário de Lisboa, 7/4/1921, p. 1). Em 1934 foi criado o “Suplemento Literário”, sob a direção de Artur Portela, jornalista que sucede a Joaquim Manso à frente do periódico, a partir de 1956, passando a ser uma referência no setor cultural. Entre 1956 e 1967 foi dirigido por Norberto Ramos, e depois por António Pedro Ruella Ramos (1967-1989; 1990) e Mário Mesquita (1989-1990).
Era o “jornal dos intelectuais” e das tertúlias. Colaboraram no Diário de Lisboa jornalistas e figuras da cultura nacional como Aquilino Ribeiro, Almada Negreiros, Jaime Cortesão, José Régio, Fernando Pessoa, Mário Dionísio, António Sérgio, Alexandre O’Neill, Álvaro Salema, José Saramago, entre muitos outros. Ficaram célebres os suplementos “A Mosca”, dirigido por Luís Sttau Monteiro, e o “Juvenil”, criado por Mário Castrim, onde iniciaram o seu percurso escritores e jornalistas notáveis. Integraram a redação do Diário de Lisboa nomes do jornalismo português, como Mário Neves, Félix Correia, Artur Santos Jorge, Joaquim Letria, Urbano Tavares Rodrigues, Raul Rêgo, Carlos Veiga Pereira, José Carlos Vasconcelos, Vítor Direito, Fernando Assis Pacheco, Silva Costa, Antónia de Sousa, Manuel Beça Múrias, Fernando Dacosta, Diana Andringa, entre outros.
O jornal foi um resistente, fazendo a "oposição possível" ao Estado Novo, em tempos de apertada censura prévia. Após o 25 de Abril de 1974, viveu os agitados meses da Revolução e as lutas políticas empenhadamente, e percorreu o caminho da institucionalização da Democracia, procurando adaptar-se aos novos tempos e reinventar-se. Em 70 anos atravessou inúmeras transformações, crises e controvérsias a diferentes níveis. Porém, o Diário de Lisboa não resistiu aos graves problemas económicos que enfrentou, publicando o seu último número a 30 de novembro de 1990. “São mesmo as últimas”, foi a manchete escolhida por Ruella Ramos para noticiar a “morte anunciada” do jornal (Diário de Lisboa, 30/11/1990, p. 1.). Piteira Santos preferiu referir-se a um “combate interrompido”, mas a verdade é que chegava ao fim um jornal que “faz parte do património nacional”, como, também nesse dia, assinalou Raul Rêgo e “um dos grandes mitos do jornalismo”, no dizer de Baptista-Bastos (Diário de Lisboa, 30/11/1990, pp. 4-5).
Era propriedade da Renascença Gráfica, detentora das instalações, da gráfica e do próprio título.
António Ruella Ramos, falecido em 2009, promoveu a edição de um número por ano de forma a manter o título, tendo os seus sobrinhos, João Pacheco e Rosa Ruela, procurado manter esta tradição.

Instituição
Fundação Mário Soares e Maria Barroso

Dimensão
244 unidades de instalação

Estado de Tratamento
Parcialmente tratado

Navegação por Data
Por se tratar de um acervo de características especiais, e pelo seu grande interesse para investigadores e leitores em geral, desenvolvemos uma interface especial de acesso ao Diário de Lisboa, que possibilita a navegação por data de forma intuitiva e simples.